É tempo de férias, de descanso, mas também de reflexão sobre o mundo

Todos os anos, nesta altura de pausa, coloca-se com mais predominância a questão da segurança das instalações, a oportunidade de manutenções preventivas e benfeitorias, e – não menos  importante – a atualização dos bens e capitais seguros. Neste último capítulo, este ano há um alerta especial que a todos nos afeta:

A subida da inflação

Os custos de reconstrução de edifícios ou de bens de substituição em novo foram alvo de aumentos fruto da inflação e dificuldades na oferta. Tal deve ser refletido nos capitais seguros, bem como nos limites de indemnização. Também os períodos de perdas de exploração devem ser repensados, para refletir a atual morosidade de muitas das cadeias de fornecimento.
Esta análise não deve ser adiada, pois em caso de sinistro, as indemnizações podem ficar aquém das expetativas, nomeadamente por penalização das seguradoras aos Clientes em situações de infra seguro.
Quem lida com seguros sabe que não há praticamente variável do universo que não influa de alguma forma no ecossistema dos seguros:
São as limpezas das matas, a localização e conservação das instalações fabris e habitações, é o nível de preparação dos colaboradores e da população em geral para a gestão dos riscos, é o nível de saúde económica das famílias e a correspondente capacidade de se segurarem e também de zelar pela boa conservação dos seus bens, é o grau de corrupção, é a boa ou má gestão dos erários e instituições públicas, são as condições atmosféricas, é a poluição, é o aquecimento global…
Enfim, a lista é infindável!
Deixamos aqui alguns indicadores um pouco alarmantes do estado deste nosso bem maior que é o Planeta Terra, convidando a uma reflexão sobre as medidas de melhoria nas práticas diárias que, de alguma forma, estejam ao alcance de cada um de nós. Nunca é de mais ter algumas evidências “à mão”:

Focarmo-nos em sermos sustentáveis está na ordem do dia. Não há planeta b. Há um incontável número de pequenas medidas que levadas a cabo por cada um e todos nós, levará a mudanças importantes!

3 R’s

1º Reduzir o consumo
2º Reutilizar mais
3º Reciclar mais

Mas atenção, há que ter uma visão e análise mais profundas de como se faz e o que se faz: sabe por exemplo que produzir um saco de papel, face a um de plástico, produz 3 vezes mais gases de estufa e causa um impacto, em média, 8 vezes maior no transporte pelo peso e volume?

  • A necessidade da gestão da água: ¼ do mundo está em stress hídrico;
  • ¼ dos alimentos são desperdiçados no circuito “campo – “garfo”; em portugal estima-se que mil milhões de toneladas de alimentos vão para o lixo todos os anos. Não será de nos focarmos
    em minimizar o desperdício ou agilizar mais o seu destino a quem precisa ou à produção de energia?
  • 57% da confeção têxtil acaba em aterros mundo fora! Em portugal, 200 mil toneladas de têxteis moda vão para o lixo todos os anos. Por outro lado, a confeção, é uma das indústrias mais
    poluentes. Felizmente, os exemplos de utilização de materiais reciclados nesta indústria são cada vez mais.

Os ecossistemas de venda de roupa usada em bom estado são cada vez mais eficazes, mas atenção à pegada ecológica nos transportes: faz sentido comprar uma peça de roupa em 2ª mão para ser mais ecológico e depois perceber que esta veio por exemplo da alemanhã para portugal? E não fará sentido passar a olhar sempre para a origem dos produtos de consumo mais regular alimentares e de vestuário, e priveligiar o que fez menos km até à loja?

Uma mnemónica impactante:

1 – É a percentagem da população que detém mais riqueza acumulada do que o resto da humanidade junta;

10 – É apontado por muitos cientistas como o número de anos que temos para reverter a atual crise ambiental;

100 – Novas espécies enfrentam extinção a cada ano;

1000 – Atualmente investimos 1000 vezes mais em extração de combustíveis fósseis do que em economia verde;

10000 – Fogos florestais aconteceram num só dia em simultâneo em 2020.

Apesar da pandemia e da sua mortalidade, a explosão demográfica em países como a Índia e China, elevam o crescimento da população mundial e estima-se que se atinjam os 10 mil milhões de pessoas em 2050 (aumento de 25% face aos 8 mil milhões de hoje!). Muito terá o mundo que se adaptar para alimentar toda esta população e minimizar os impactos no planeta.
Novas formas de energia, dessalinização da água, produção agrícola sem terra e gestão eficiente de água, e até de alimentos sintetizados, estão a ser testados e reinventados. Também a gestão dos transportes nas cidades e as técnicas de reciclagem estão em reinvenção, mas sobretudo será a mudança de mentalidade de todos nós o principal fator de adaptação. Diremos que a bem do planeta, impõe-se um certo regresso ao tempo dos nossos avós, no que diz respeita ao consumo mais regrado e à reutilização.

Fonte: Programa Planeta A da RTP1

Linkedin

É tempo de férias, de descanso, mas também de reflexão sobre o mundo