Safe indicators (source APS, Associação Portuguesa de Seguradores, except when others are indicated)
Conjuntura jan-out23
(taxa de variação homóloga)
In terms of conjuncture, um dos factos mais marcante é a continua descida da taxa de inflação, que estava descontrolada por efeitos da guerra da Ucrânia. Segundo opinião do Banco de Portugal a 4 de out, “a tendência descendente irá manter-se, com o índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) a crescer …, 3,6% em 2024 e 2,1% em 2025, um valor consistente com o objetivo de estabilidade de preços do Banco Central Europeu (BCE).”
A economia portuguesa cresce 2,1% em 2023. Após 3,4% no último trimestre de 2022, registou 2.5 e 2.6% no 1º e 2º de 2023 e 1,9% no 3º (INE). e deverá manter um crescimento baixo até ao final do ano. Segundo o Banco de Portugal, “o abrandamento económico reflete o menor dinamismo nos principais parceiros comerciais, os efeitos da inflação e a maior restritividade da política monetária. Para 2024 e 2025, projetam-se crescimentos de 1,5% e 2,1%. A economia portuguesa continuará a apresentar um crescimento baseado no investimento e nas exportações, convergindo com a área do euro.
O desemprego, em setembro em 6,1% de taxa, subiu 4,4% face a set 2022 e a assimetria na situação económica das famílias em Portugal agrava-se agora de forma expressiva, também pelo efeito do aumento abrupto das prestações no crédito habitação, devido ao aumento das taxas diretórias europeias para contensão da inflação. Tal limita a capacidade de poupança das famílias, com reflexo na procura de soluções de aforro e investimento disponibilizadas pelo setor segurador, que também terá que melhorar a atratividade dos produtos.
In terms of the health of the sector,
De facto, em Vida, quer os PPR, quer os seguros de capitalização registaram produções inferiores em 22 e 32% respetivamente, face ao mesmo período de 2022 e são falados os resgates bem acima do normal. Já os produtos de vida risco registaram uma evolução homóloga de -0.9%.
Em Não Vida, o aumento de tarifas – segmentado nalguns ramos, e generalizado noutros como é o caso do Saúde – , a par da subida da massa salarial segura por efeito de correções dos salários em alta, do efeito da inflação e da atividade económica nos capitais seguros, permitiu os dois dígitos de aumento na produção não-vida do setor (+10.5% a outubro, em termos homólogos). Esta evolução positiva foi transversal a todos os ramos e acima da inflação; dos grandes sub-ramos, Saúde mantém-se o campeão do crescimento, com um aumento homólogo de 16.5%, e os motivos estão bem espelhados em todos os noticiários…
Em termos de sinistralidade (valores a jun2023), os montantes pagos com sinistros aumentaram em termos homólogos 13,4% , com particular destaque para saúde, incêndios e inundações, no caso não vida:
14,3% em vida, e 11,6% em Não-vida, face às evoluções da produção no mesmo período de -18.2 e 10.4%, respetivamente, agravando-se em ambos os caso os resultados técnicos.
A solidez das seguradoras com sede em Portugal mantém-se globalmente firme, como o indicam os dois rácios mais importantes seguidos pela ASF, que se mantêm, a jun 2023, bem acima dos 100% exigidos por Lei, ligeiramente abaixo dos registados um ano antes, mas refletindo, respetivamente, um aumento de cinco e 32 pontos percentuais face ao final de 2022:
SCR- Requisito de Capital de Solvência: 202%
MCR- Requisito de Capital Mínimo: 549%
Vejamos, em seguida, o que aconteceu nos principais ramos Não Vida (variações sempre face aos mesmos períodos de 2022)
Car
A jun, verificava-se um aumento de:
– 2.8% no número de veículos seguros (7.7% na produção emitida)
– 4% aumento do prémio médio por veículo
– 11.8% no nr de sinistros ocorridos e de 33% no nr de sinistros graves
Montantes Pagos/Prémios Emitidos = 66.1%
Todo embora seja um ramo charneira com muitas vagas de concorrência, os preços estão a aumentar mais durante 2023, pelo aumento de sinistralidade em 2022e pressão da inflação.
AT- Accidents at Work
A junho, verificava-se um aumento de:
– 10.2% nos capitais seguros (12.1% na produção emitida)
– prémio médio por capital seguro praticamente inalterado em média
– 4.6% no nr de sinistros ocorridos (mas -17% de mortes)
Montantes Pagos/Prémios Emitidos = 53%
IOD- Fire and Other Damage
A junho, verificava-se um aumento de:
– 34.8% na produção nova e apenas 4.2% nos continuados (7.9% no total produção emitida)
– 39.8% no nr de sinistros ocorridos
Montantes Pagos/Prémios Emitidos = 46.9%
Ramo com evolução particularmente negativa na sinistralidade causada pelos incidentes de inundações e desabamentos de terra e pelos incêndios no verão.
Cada vez maior seletividade e exigência pelas seguradoras na aceitação de riscos, sobretudo na indústria: seletividade e endurecimento de condições de subscrição estão na ordem do dia. Tarifas cada vez mais personalizadas e análises de risco industriais cada vez mais exigidas.
Health
O franco crescimento deste ramo tem sido dos mais regulares nos últimos 15 anos (ver gráfico abaixo com os anos mais recentes); no ano de 2022 teve o mérito de ultrapassar os dois dígitos e a evolução foi ainda mais expressiva em 2023.
A junho, verificava-se um aumento de:
– 8.5% no número de pessoas seguras (16.7% na total produção emitida)
– 5.1% e 12,3%, respetivamente no prémio médio por pessoa nas apólices individuais e nas apólices de grupo, neste último caso devido à quebra na prática de planos personalizados
– 21.3% nos montantes pagos em sinistros, verificando um recurso cada vez mais frequente dos segurados aos cuidados de saúde via seguro
Montantes Pagos/Prémios Emitidos = 62.5%
Usando um conceito feliz usado numa campanha publicitária de uma das seguradoras em Portugal, procuramos ajudar a ver os seguros não “contra” algo, mas “a favor” da sua serenidade, cuidando de desenhar e encontrar as melhores soluções para si!
Desde já votos de uma excelente época natalícia!
O Setor Segurador – Indicadores jan-out23